segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ponte Alamillo



Projetada pela para ser a porta de entrada da EXPO 92, a Ponte Alamillo tem design pioneiro e é hoje a ponte mais conhecida de Santiago Calatrava.

Proposto originalmente como duas pontes gêmeas, interligadas por um viaduto conector (denominado Viaduto Cartuja), este projeto iria cruzar diretamente o rio Guadalquivir em dois locais, distantes em aproximadamente 1 milha (1,5 quilômetros) entre si .

Por causa da curva do rio, as pontes gêmeas seriam projetadas em posição simêtrica e oposta de modo que se a linha de seus altos mastros inclinados se projetasse, formaria um triângulo com seu vértice no céu.

O projeto final no entanto foi concebido como ponte única paralela ao Viaduto de Cartuja existente, mas o mastro inclinado foi mantido como seria no projeto inicial.



O peso extraordinário do mastro (aço preenchido com concreto) que se ergue em um ângulo de 58º foi suficiente para sustentar a plataforma sem a necessidade de cabos de escoramento.

Via: Metalica

Croquis

Veja abaixo alguns croquis feitos por Calatrava para estudar ou ilustrar suas ideias para projetos.



Milwaukee Art Museum



Cidade das Artes e das Ciências




O Hemisféric




O movimento humano como inspiração.



Sondica Airport



Turning Torso
Ponte da Mulher


Tenerife Opera House

Vinícola Ysios



Hoje a Espanha é um dos maiores produtores de vinho no mundo, e para ficar no mesmo nível dos vinhos, nada mais natural que a vinícola onde são produzidos também ganhem um tratamento especial, certo? Pois na zona de Rioja Alavesa existe uma vinícola projetada por Santiago Calatrava.

Com um desenho que se une com as montanhas do local, a Bodega Ysios é considerada a vinícula mais inovadora da região.

Visite o site e veja fotos, não so externas, mas também internas, do belo trabalho feito por Calatrava para os apreciadores de um bom vinho: www.domecqbodegas.com

Processo construtivo do Hemisferic

O portal Metalica, sobre estruturas, fornece um ótimo texto sobre o processo construtivo do Hemisferic, incluindo plantas de corte e coberta.



1. A arquitetura exterior, a cúpula ovóide do Hemisféric, está formada por grandes laminas tóricas, formadas por vigas metálicas caixão de 90m de comprimento, que surgindo do nível da água envolvem a cúpula. Estas laminas estão provistas de enormes cancelas móveis a modo das pálpebras do olho. O movimento é obtido por meio de um sistema hidráulico, semelhante ao usado em portões de garagem. Os espaços vazios das costelas entre viga inferior e a sua imediata superior servem como janelas envidraçadas executadas com vidro laminado.



2. A cúpula se fecha sobre uma arquibancada semicircular inclinada fechando-se em uma serie de volumes esféricos que assumem as diversas funções: telão esférico de projeção de 24m de diâmetro, abóbada de concreto com 32m de diâmetro, e a abóbada tórica que envolve todo o conjunto. A arquibancada está disposta sobre as máquinas de projeção e tem capacidade para 302 espectadores mas 4 espaços para descapacitados.

A esfera está composta por armadura a base de perfis laminados do tipo IPN de 160mm. Curvadas com o raio da esfera e com dupla armadura, vigas separadoras de estes meridianos e enríjecedores em forma de cruz de São Andrés. Na face interna existe solidariamente com as armaduras, uma camada de nervometal que serve de fôrma ao concreto realizado desde o exterior.

A construção da esfera parte da laje do nível -11,67, onde se encontram as armaduras em espera. Sua construção foi realizada em três fases por trechos de altura.

Na primeira fase se executou a soldagem dos perfis laminados curvos às placas de ancoragem, unindo as cabeças destes meridianos a um anel horizontal formado por um tubo metálico curvado.

Posteriormente colocou-se o resto da armadura e os enrijecedores, concretando a continuação. A segunda fase é uma repetição da primeira enquanto que a terceira consistiu no içamento, montagem e colocação do casquete superior da esfera. A esfera foi posteriormente impermeabilizada e recoberta pelo material de acabamento.



3. A fundação do Hemisféric utiliza muros de arrimo perimetrais. A concretagem foi realizada por etapas. A laje de fundação ancorada aos muros de arrimo tem de 1,50 a 2,00m de espessura devido a que além de receber as cargas normais da construção deve resistir ao empuxo da água pois enquanto a cota mais baixa de fundação esta a -15,00m, o nível freático sobe até o nível -9,00. Tanto a laje como os muros perimetrais tem função impermeabilizante, sendo o encontro entre ambos elementos selado com um duplo cordão de isolamento, o primeiro em massa expansiva e o segundo com tubos porosos posteriormente injetados com poliuretano.

Torre em Movimento

Segue abaixo uma ótima matéria feita pela conceituada revista AU sobre o Turning Torso, a famosa torre do Calatrava inspirada num tronco humano retorcido, do qual vocês já viram a escultura que inspirou o projeto no post passado.



Com seus 190 m de altura e forma torcida, o edifício Turning Torso, inaugurado em agosto de 2005, virou símbolo da requalificação urbana pela qual passa a região de Porto Oeste, na cidade sueca de Malmö. O que era uma zona industrial obsoleta e degradada junto ao Mar Báltico, hoje está se convertendo em um próspero distrito de uso misto, com habitações, restaurantes, escritórios, uma marina e um campus universitário. Para projetar a torre - a segunda mais alta da Europa depois do Triumph Palace (264 m), em Moscou - o arquiteto e engenheiro espanhol Santiago Calatrava se inspirou no movimento em espiral de um torso esculpido em mármore por ele próprio.

O arranha-céu, como uma escultura gigante, realiza uma torção a partir da base até o topo.Como resultado, dá um giro de 90o do pavimento mais baixo até o mais alto. "O sítio pedia um edifício alto e autônomo, que servisse de marco para a região e que pudesse ser avistado da Öresund Bridge, ponte que conecta a Suécia com a Dinamarca", explica Calatrava. Além da aparência inovadora, a construção se destaca pelo programa multifuncional e pelo uso ininterrupto, 24 horas do dia. Os 12 níveis inferiores destinam-se a uso comercial e o restante, para habitação.

Considerado um dos arquitetos mais importantes da atualidade, Santiago Calatrava costuma se inspirar na anatomia humana e na natureza para criar. É autor de projetos importantes como a Cidade das Artes e das Ciências, em Valência, Espanha, e a estação de metrô no Ground Zero, em Nova York. Tornou sua marca registrada as pontes sinuosas e curvilíneas, estações de transporte com arcos e marquises inspirados em olhos e construções na forma de pássaros, além de tirar idéias de sua própria obra escultórica, caso do Turning Torso.



Na escultura que serviu de inspiração para a criação do Turning Torso, sete cubos de mármore estão posicionados em torno de um suporte metálico, gerando uma estrutura espiralada. No edifício de Malmö há nove cubos dispostos ao redor de um núcleo de concreto de 10,6 m de diâmetro que funciona como a coluna vertebral da construção, ou seja, seu centro corresponde exatamente ao eixo de rotação das plantas. "Na torre, diferentemente da escultura, os cubos ou 'subedifícios', com cinco pavimentos cada um, têm formato irregular", descreve Calatrava.

Em 2005, ano de sua inauguração, o Turning Torso recebeu o prêmio de melhor edifício residencial do mundo concedido pelo Mipim, encontro de construção e mercado imobiliário realizado todos os anos em Cannes, França. Mas o edifício já despertava a atenção dos críticos bem antes disso: em 2001, a convite do incorporador Örback, Calatrava apresentou pela primeira vez o projeto da torre durante a European Housing Expo, exposição internacional na área de habitação, realizada na Suécia.Recentemente, o Turning Torso foi uma das 25 torres da exposição Edifícios de grande altura, organizada pelo MoMa de Nova York com o intuito de mostrar que, apesar do 11 de setembro, os prédios altos continuam sendo destaque no panorama arquitetônico mundial.

Além da função estrutural, o núcleo de concreto abriga as circulações verticais, os equipamentos mecânicos e as instalações elétricas, hidráulicas e de ar-condicionado do edifício. Isso garante a configuração de plantas livres e flexíveis para os apartamentos, encontrados em tamanhos que variam de 45 a 190 m². O edifício conta com um total de cinco elevadores, três deles exclusivos para os moradores dos apartamentos. Mais rápidos do que os convencionais, os equipamentos fazem o percurso do 1o ao 54o pavimento em apenas 38 segundos, em uma velocidade de 5,4 m/s.

As fachadas da torre são revestidas por 2,8 mil painéis curvos de alumínio que emolduram painéis planos de vidro. No Turning Torso, a estrutura metálica está disposta externamente ao volume arquitetônico, na forma de uma única coluna helicoidal denominada "exoesqueleto" pelo arquiteto, e de suportes horizontais e inclinados que dela partem até as paredes de concreto horizontais que fazem o travamento horizontal do conjunto. Essas paredes, por sua vez, transmitem o esforço para o núcleo. "Em meus projetos, exploro o contraste entre o concreto e o aço, prestando atenção especial aos pontos onde eles se encontram", afirma o espanhol, que costuma adotar com freqüência estruturas mistas em seus edifícios.

Atualmente, devido à notoriedade do Turning Torso, Calatrava desenvolve projetos similares à torre em outras partes do mundo. Em Nova York, a torre residencial chamada 80 South Street também tem a forma derivada de uma escultura, mas sem a rotação do arranha-céu de Malmö. Para a Cidade das Artes e das Ciências, em Valência, Espanha, Calatrava propôs três torres residenciais, cada uma com forma e rotação específicas. Desenvolver trabalhos em série tem sido uma prática usual do arquiteto. "Assim posso resolver nos projetos seguintes os problemas criados nos trabalhos anteriores", diverte-se.

Fotos das Esculturas

Aqui estão fotos de algumas das esculturas feitas pelo Calatrava que a matéria do post passado falava. Reparem como as esculturas, além de terem um belo design, são um ótimo estudo de forças e estruturas para suas próprias obras arquitetônicas.









O Escultor que faz Prédios e Pontes

Vejam que interessante essa matéria do Estadão sobre as esculturas do Calatrava. Em um próximo post irei colocar fotos de algumas delas.



O arquiteto e engenheiro espanhol Santiago Calatrava, de 55 anos, é autor de algumas das mais bonitas construções contemporâneas da Europa. São dele, por exemplo, o edifício residencial Turning Torso em Malmö, que é o mais alto da Suécia, a Ponte de Alamillo, em Sevilha, suspensa só por um pilar, e as alterações no Complexo Esportivo de Atenas para a realização dos Jogos Olímpicos de 2004. Poucas pessoas, porém, conhecem as esculturas e desenhos que ele faz. E são eles que inspiram as formas dos prédios e das pontes criados por ele.




"Quando faço um edifício, tenho de ser funcional, mas quando trabalho numa escultura, apenas me submeto às leis do material e da geometria para conseguir o que quero expressar" - diz ele, que estudou arte e design antes de formar-se em arquitetura em Valência, fazer pós-graduação em Urbanismo e mestrado em Engenharia civil em Zurique. Suas esculturas refletem interesse por vários mestres do século 20, de Brancusi e Matisse a Giacometti e Picasso e demonstram uma forte influência de Antonio Gaudí. Como seu conterrâneo, ele faz analogias entre a anatomia humana ou de animais na estrutura de edifícios e nas suas peças de mármore, madeira ou metal.

Ele concebeu suas primeiras esculturas em 1985, empilhando blocos de madeira com que seu filho brincava. A partir de investigações sobre a coluna vertebral humana feitas com os bloquinhos, ele criou uma série de torsos de madeira e mármore. Os princípios de engenharia dos cubos contrabalançados por fios de metal foram aplicados depois em projetos de pontes como a de Alamillo, desenhada em 1987 e completada em 1992.

A série de torsos também serviu de modelo para o prédio de apartamentos que ele fez em Malmö e para a South Street Tower, o edifício residencial que ele projetou para o Brooklyn. Nele, cada cubo tem cinco andares divididos entre um e cinco apartamentos, com escadas e elevadores fazendo a comunicação interna. As áreas de serviço, como cozinhas, banheiros e dispensas, são agrupadas no centro, enquanto salas e quartos desfrutam a vista pelas janelas da fachada externa.

Com a escultura, Calatrava pôde investigar formas e princípios de engenharia livre das exigências de clientes, limitações de terreno e de códigos de construção. Além de usá-las em seus projetos, ele continuou a criar esculturas independentes, só por gosto, quase sempre trabalhando em séries até ter uma nova ideia para explorar.

Gary Tinterow, do Departamento de Arte do Século 19, Moderna e Contemporânea do Metropolitan Museum, diz que, "embora seja considerado um regionalista, Calatrava, assim como Gaudí, é um humanista que busca a linha da beleza em formas vivas."

"Você pode alcançar coisas muito complexas por meio da compreensão matemática, mas também observando o movimento das ondas, de uma folha ou de galhos de uma árvore sobre a água", diz o arquiteto e escultor. "Para mim é muito importante o aproximar-se da vida e dos fenômenos que nos rodeiam no cotidiano com uma grande capacidade de se deixar surpreender."

Também são alados o futuro terminal de transporte no World Trade Center, em Nova York, e a cobertura do Milwaukee Art Museum, no estado de Wisconsin, que foi o primeiro trabalho dele nos EUA, feito em 1994. "A sensação de movimento está profundamente enraizada na natureza da arquitetura", diz Calatrava, comparando esta com a música. "É preciso tempo para ver a arquitetura, tanto quanto para ouvir música. Uma é muito material e a outra é completamente imaterial, mas ambas são percebidas de forma similar. Tanto que, quando se fala em arquitetura, usam-se termos como ritmo, harmonia, proporção, que também são qualidades da música."

Ele desenha constantemente em álbuns, alternando estudos de figuras e animais com detalhes para seus projetos arquitetônicos, descobrindo as formas de onde emergem suas obras. No alto da galeria há vários estudos de movimentos do corpo humano e de touros, desenhados com giz e carvão. Da maneira como foram colocados, eles dão a noção de frisas antigas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

'Cidade das Artes e das Ciências' e o 'Acquário do Ceará'

Depois de ler a materia da Veja sobre a Cidade das Artes e das Ciências, me veio imediatamente à cabeça o Acquário do Ceará. Mas antes que eu fale os motivos, vejam esses dois vídeos abaixo, o primeiro, divulgando a cidade de Valência, e o segundo, o Acquário do Ceará.





No comercial promocional vemos que hoje Valência é uma cidade que vende o futuro com seus "prédios que parecem vindos de outro mundo". E vídeo de divulgação do Acquário, podemos sentir que a obra cearense também vai estar nesse mesmo rumo.

Em proporcões diferentes, a Cidade das Artes e das Ciências e o Acquário Ceará são duas obras que tem como objetivo, revitalizar áreas urbanas em decadência, chamar a atenção do mundo por sua grandiosidade e ousadia e colocar suas respectivas cidades no mapa do turismo e da arquitetura mundial. A obra de Santiago Calatrava foi criticada, assim como o Acquário está sendo, mas hoje os gastos nas obras se justificaram. Valência, que estava em decadência, hoje está em evidência.





E numa época em que Fortaleza não sabe mais o que é a Praia de Iracema e dá sinais de que está perdendo seus turistas e seus investidores para Natal, nada melhor que uma obra como o Acquário, que será, sem duvidas, um ícone da arquitetura mundial e colocará, quem sabe, Fortaleza de vez como a principal rota de investimentos e turismo do nordeste brasileiro.

Calatrava e o Turismo

Em dezembro de 2002, a revista Veja publicou um artigo que falava de como a Cidade das Artes e das Ciências atraiu investimentos e colocou a, até então decadente, cidade de Valência no rumo do turismo europeu. Confiram abaixo, mas notem que devido a ser uma matéria de 2002, algumas coisas estão desatualizadas.

Valencia, na Espanha, cria uma bilionária atração turística.



Quando um país fica rico, a auto-estima não tem preço. Valencia, a terceira maior cidade da Espanha, sempre foi um patinho feio perto das riquezas arquitetônicas (e dos milhões de turistas) de Madri, Barcelona e Sevilha. Seguindo o exemplo da ex-feiosa Bilbao, que ganhou notoriedade com o espetacular Museu Guggenheim, Valencia decidiu investir 400 milhões de dólares – algo como 1,5 bilhão de reais – na construção de um complexo turístico de linhas arrojadas. O custo é quatro vezes o preço do Guggenheim desenhado por Frank Gehry. Em uma área de 350.000 metros quadrados, o equivalente a dois Maracanãs, a Cidade das Artes e das Ciências reúne um museu científico interativo, um cinema de terceira dimensão, um aquário e uma ópera. Depois de seis anos de obras, a "Cidade" está quase toda pronta. Com tanques que equivalem a quinze piscinas olímpicas cheias e 10.000 animais de 500 espécies, o aquário, que será o maior da Europa, será inaugurado nesta semana. Terá também golfinhos, tubarões e até morsas. Em fevereiro será a vez da abertura da Ópera, com quatro auditórios e 5.000 lugares. A bonita cidade mediterrânea de apenas 800.000 habitantes, menor que Campinas, famosa por ser a terra da paella, vai competir por um naco maior dos 49 milhões de turistas estrangeiros que visitam a Espanha- todos os anos.



O megaempreendimento começou com o cinema em terceira dimensão, há quatro anos, e a inauguração do museu científico, há dois. Só o museu recebeu 7 milhões de visitantes nesse período. A aposta do governo valenciano (o projeto é iniciativa pública) já teve retorno de rechear os cofres da região. Valencia recebeu 500 milhões de dólares de investimentos desde que o parque começou a ser construído – catorze novos hotéis foram abertos e outros 22 estão em construção, além de um grande shopping center vizinho. Mais de 5 000 apartamentos de luxo foram construídos ao redor, no que já se tornou o metro quadrado mais caro da cidade. Os habitantes comemoram os 16.000 novos empregos surgidos graças ao projeto. O aquário será administrado como concessão privada e já se fala em privatização, no futuro.

Para o turista, as atrações são imperdíveis. Com seu jeito de esqueleto de animal pré-histórico, o Museu das Ciências Príncipe Felipe tem o dobro do tamanho do Guggenheim de Bilbao. O pé-direito, com 45 metros de altura, permite que até aviões-caça sejam expostos em seu interior. O lema por lá é "proibido não tocar". Atualmente, há mais de trinta exposições em cartaz, todas interativas, que apresentam desde os estudos sobre o genoma até objetos da Nasa e da conquista espacial soviética. O traje original do astronauta Yuri Gagarin está lá. Há grandes alas infantis, onde as crianças aprendem como funcionam os cinco sentidos, como se constrói uma casa e como é o sistema solar. Demonstrações da geração do laser até as transformações no corpo humano durante a prática de esportes estão na programação do museu, que recebe excursões de escolas de toda a Europa.



Ao lado do museu, dentro de uma grande piscina, levanta-se um gigantesco olho de vidro, chamado Hemisférico. Lá funcionam o planetário e um cinema em terceira dimensão. Os 1.200 espectadores assistem às projeções em uma tela esférica de 25 metros de altura, o tamanho de um prédio de oito andares. Há algumas excentricidades no projeto. Como o estacionamento que fica escondido sob uma passarela de 320 metros de comprimento, que imita uma estufa, com coqueiros, palmeiras e buganvílias. O prédio que mais chama a atenção no conjunto (e também o mais alto) é o gigantesco Palácio das Artes, ainda em obras, que será a ópera de Valencia. Com a forma de um navio, homenageando o porto da cidade, terá 75 metros de altura, o equivalente a um prédio de 25 andares.




A tarefa de projetar um empreendimento tão ambicioso foi delegada ao arquiteto e engenheiro Santiago Calatrava, de 51 anos. Valenciano, voltou à terra natal em grande estilo, depois de ficar famoso por pontes, aeroportos e museus construídos pela Europa, Argentina e Estados Unidos. O estilo de arquitetura-espetáculo de Calatrava, em que os prédios parecem esculturas, é ideal para cidades que querem atrair turistas e investimentos. Valencia conseguiu dar um bom destino a uma área pouco valorizada da cidade. Depois de grandes inundações, a cidade decidiu desviar o Rio Turia do centro. Várias obras foram criadas no imenso leito seco, de um museu de arte moderna a jardins. Até um enorme playground em formato de Gulliver, o gigante das histórias infantis, foi instalado, com diversos tobogãs e escorregadores para as crianças saindo do corpo do personagem. Bilbao realizou a mesma façanha com o Guggenheim desenhado por Frank Gehry, que atraiu quase 2 bilhões de reais e 5 milhões de turistas nos últimos cinco anos. Berlim também aproveitou a reunificação para dar uma embelezada geral nas áreas da velha Berlim Oriental. Por enquanto, Valencia já garantiu essa grande virada com uma aposta em linhas arrojadas e senso de oportunidade turística para ter mais dinheiro no bolso.

domingo, 22 de novembro de 2009

Entrevista

Assistam abaixo uma entrevista de Calatrava à uma TV portuguesa (entrevista em espanhol, dublada em português lusitano). Entre outras coisas, Calatrava fala da relação da Arquitetura com a Bíblia e com a economia.

O Tango de Calatrava


Está na Argentina, na cidade de Buenos Aires, a única obra sul-americana do arquiteto Santiago Calatrava, a Ponte da Mulher. A ponte para pedestres, de 6,20m de largura por 170m de comprimento, se move para permitir a passagem de navios pelo Rio da Prata.

Como de praxe, essa é mais uma obra do Calatrava que passa a clara ideia de movimento, e dessa vez, um movimento clássico da Argentina, o Tango. O mastro representa o homem abraçando a mulher, representada pela silhueta curva, enquanto dançam tango. E uma curiosidade: as mulheres são as grandes homenageadas do bairro Puerto Madero, onde se localiza a obra. Além da homenagem feita por Calatrava à elas, a maior parte das ruas do bairro tem nomes de mulheres.

Veja mais fotos da Ponte da Mulher no Flickr.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A Cidade das Artes e das Ciências

Vamos começar as postagens aqui no blog com um artigo do site Metálica (portal sobre estruturas) que fala sobre a Cidade das Artes e das Ciências, pois a obra (Planetário) que escolhemos para nosso trabalho faz parte desse complexo.



Localizado no antigo leito do Rio Turia, se ergue um dos complexos cientifico - culturais mais importantes do mundo europeu: a Cidade das Artes e Ciências, construída por Santiago Calatrava e Felix Candela.

A construção do conjunto se inicia em 1990, quando a "Generalitat Valenciana"(prefeitura de Valencia) promove toda uma série de intervenções urbanísticas para a incorporação de Valencia ao Terceiro Milênio, e como meio de recuperação da área urbana localizada entre o antigo leito do Turia e a autopista de Saler.


O projeto estava inicialmente composto por uma
Torre de Telecomunicações, um planetário (o Hemisferic) e o Museu das Ciências Príncipe Felipe. Posteriormente o projeto foi alterado, substituindo a construção da Torre pelo Palácio das Artes.


Os setores do complexo são:

O Hemisferic (Planetário) é um dos edificios fundamentais do projeto e foi o primeiro a ser inaugurado. Construído como um olho aberto que tudo vê, está concebido como uma sala de projeções audiovisuais que permite oferecer aos seus 300 espectadores por sessão as mais inovadoras sensações audiovisuais, obtidas pelo melhor suporte tecnológico do mundo.




O Museu das Ciências Príncipe Felipe, foi concebido como um museu aberto e dinâmico onde o lema principal é "é proibido não tocar". Ao longo dos seus 4.000m² o visitante passa pelas diferentes áreas que cobrem uma ampla gama de temas científicos, desde biologia e física até as mais avançadas tecnologias aplicadas à comunicação, construção , esportes, etc.





L'Umbracle é a porta de entrada para a Cidade das Artes e das Ciências, constituída por uma área verde de 7.000m², com 300m de comprimento e 60m de largura.





O Palácio das Artes é um dos centros artísticos e culturais mais importante do mundo: arquitetura, engenharia e tecnologia de vanguarda para a criação de um espaço onde hálugar para todos os estilos desde os clássicos até as últimas tendências em ópera, teatro, musica e dança, contando com três auditórios:

• Sala principal com capacidade para 1.800 pessoas
• Sala de câmara para 400 pessoas

• Auditório ao ar livre, situado a grande altura, para 2.500 pessoas.





Finalmente, o conjunto completa-se com o Parque Oceanográfico, projetado por Félix Candela, uma autentica cidade submarina de 80.000m², com túneis envidraçados e réplicas perfeitas de setores costeiros com águas de diferentes qualidades, que permitem conhecer os animais representativos de cada zona da Terra.

Conta com uma zona recreativa composta por um restaurante flutuante submarino, uma fonte para espetáculos de luz - som - água, e o maior aquário da Europa para espetáculos. Possui também de áreas envidraçadas para observar o trabalho dos mergulhadores e um túnel submarino de 70m de comprimento.

Os setores do complexo são:

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Site oficial

Para visitar o site oficial do arquiteto, visite: www.calatrava.com

O primeiro post

Esse blog foi criado com o intúito de reunir informações sobre o arquiteto espanhol Santiago Calatrava e suas obras ao redor do mundo. Aqui, os alunos de Arquitetura e Urbanismo da UNIFOR (Universidade de Fortaleza), Italo de Macedo e Nathália Santiago, postarão fotos, vídeos e textos sobre o assunto. O foco do nosso blog será mesmo o Santiago Calatrava, mas também falaremos de outros arquitetos e obras.