Finalizamos aqui as postagens para o trabalho da disciplina de Teoria e História da Arquitetura Urbana I, da professora Daniela Alcântara. Porém, pretendemos que o blog continue ativo, com notícias e curiosidades de futuras obras do arquiteto Santiago Calatrava. Para finalizar os posts do trabalho, vamos postar nossa visão sobre a obra que escolhemos, o Hemisféric.

A primeira visão que temos ao olhar para essa obra de Santiago Calatrava é exatamente a de um olho. Um grande olho que está constantemente aberto com um profundo e fixo olhar. Será que está nos vigiando? Ou seria apenas aquele olhar firme de quem nos convida para entrar?
O mundo parece estar dentro dele. Seu globo ocular nos remete a uma visão do próprio globo terrestre. E se aceitarmos o convite e decidirmos entrar nesse olhar, perceberemos que ele, mesmo podendo nos passar uma idéia de ameaça, apenas carrega um peso natural de um olho que conhece muito bem o mundo.

Ao redor dele, vemos duas imensas piscinas de lágrimas que já foram derramadas pelo gigante olho. Lágrimas que representam a chuva como a forma da natureza chorar por tudo que ela sofreu e ainda sofre com as decisões e atitudes humanas.
Um prédio erguido em meio às lágrimas da natureza, ou talvez lágrimas de um olho humano que chora de emoção ao ver a integração entre as obras dos homens e da natureza, já que os edifícios projetados pelo arquiteto, e construídos pelos homens, estão em harmonia com as várias espécies de plantas no Umbracle, e com o tão antigo Rio Turia, que por ali passa, participando do conjunto da Cidade.
Na Cidade das Artes e das Ciências parece haver integração total entre os elementos naturais, físicos, biológicos e os industriais como o concreto, o vidro e o aço.
Concordamos então com as lágrimas humanas de emoção, afinal são obras erguidas que se inspiram e exaltam a natureza, a naturalidade. Para nós, o arquiteto mostrou que a leveza da natureza pode se harmonizar com o peso do concreto, que não tem nada de natural, os arcos de aço do Umbracle podem se harmonizar com as trepadeiras, e a tecnologia, com seus elementos industriais, podem se harmonizar com o Rio Turia. A Cidade é uma homenagem ao mundo natural do qual o homem depende tanto para sua sobrevivência e ainda assim o degrada, e nem nota que está fazendo mal a essa mãe natureza.

Esse olho então também chama o olhar como “olhem pra natureza que os cerca, o mundo que os cerca.” E a sua escala, que é grandiosa, demonstra “olhem com atenção, olhem de fora, olhem com significado verdadeiro e dêem a devida importância, a grande importância do tamanho desse olho para as coisas que os cercam”. |
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